Representantes dos trabalhadores discutem salário mínimo, correção da tabela do IR e direitos com Lula.
Sindicato participou de plenária das centrais sindicais com o presidente Lula e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, no Palácio do Planalto.
Os Metalúrgicos do ABC participaram na manhã de ontem da plenária do presidente Lula com representantes das centrais sindicais, no Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião foram criados grupos de trabalho para discutir e propor a nova política de valorização do salário mínimo, a regulamentação de trabalhadores por aplicativos e a negociação coletiva.
O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, o secretário-geral, Claudionor Vieira, e o diretor executivo, Aroaldo Oliveira da Silva, estiveram na plenária.
“Foi um encontro muito importante ao restabelecer o diálogo do governo com as centrais sindicais, que não foram recebidas nos últimos seis anos. É uma demonstração de que os interesses dos trabalhadores estarão em pauta, com a valorização do salário mínimo para recuperar o poder de compra. Os trabalhadores, que são a parte interessada, não participaram das últimas mudanças que mexeram com direitos, como as reformas Trabalhista e da Previdência”, afirmou Claudionor.
“O encontro marca um novo momento da história e da vida dos trabalhadores, que poderão discutir e encontrar caminhos para o conjunto da classe trabalhadora. O movimento sindical debaterá e apresentará propostas ao governo em todas as pautas que forem necessárias”, prosseguiu.
Aroaldo destacou que as três mesas instituídas são de grande importância para a classe trabalhadora. “Começando pelo salário mínimo, que puxa todos os salários e faz a renda média crescer, o trabalhador por aplicativo, que é o mais precário hoje no país ao ficar a mercê das plataformas digitais, e a melhoria da relação capital e trabalho, que é fundamental para avançar na qualidade do emprego e da renda no Brasil”.
“O presidente Lula falou sobre a correção da tabela do Imposto de Renda, que é reivindicação antiga do Sindicato para o trabalhador não perder poder aquisitivo. E o debate mais amplo com a reforma Tributária para isentar trabalhadores de baixa renda e tributar os milionários e bilionários que vivem de renda no país”, contou.
Ministério do Trabalho
Com a pauta unitária das centrais, cada presidente tratou de um tema. O presidente da CUT, Sérgio Nobre, parabenizou o governo pela retomada do Ministério do Trabalho, que havia sido extinto no início do governo Bolsonaro.
“A destruição do Ministério estava muito coerente com o que pensavam os fascistas, que para crescer teria que destruir direitos, precarizar, acabar com legislação trabalhista e perseguir sindicatos. É muito importante que o novo Ministério atue junto com outras pastas, Fazenda, Planejamento, Previdência, Desenvolvimento Agrário, para que o crescimento venha acompanhado de empregos de qualidade, protegidos e com organização sindical”.

Valorização do salário mínimo
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-presidente dos Metalúrgicos do ABC, ressaltou que o objetivo dos grupos de negociação é valorizar o trabalho e a proteção social.
Sobre a política de valorização do salário mínimo, disse que será preciso respeitar a previsibilidade da economia, importante para prefeitos, governadores, governo federal e empresariado, para melhorar o poder de compra mantendo a inflação e o equilíbrio fiscal.
“Já fizemos uma vez e sabemos que é plenamente possível fazer de novo. Vamos construir entendimentos e consensos para fortalecer o trabalho, a classe trabalhadora e, acima de tudo, retomar o processo vigoroso de geração de empregos e oportunidades”.
Imposto de Renda
O presidente Lula destacou que vai cumprir a promessa de valorização do salário mínimo. “Se não for para melhorar a vida do povo trabalhador, acabar com a fome no país, nem estaria aqui”.
Lula afirmou ainda que quer fazer a mudança na tabela do Imposto de Renda, já que quem ganha menos paga proporcionalmente mais imposto do que os ricos no país. “Vamos mudar a lógica, diminuir para o pobre e aumentar para o rico. É necessário briga, convencimento e organização da sociedade”, cobrou.
“O que estamos fazendo é apenas o começo de uma nova era, nada está pronto, nada está acabado. Estou fazendo um convite para que o movimento sindical brasileiro, representando os trabalhadores brasileiros, ajude o governo a construir uma nova relação entre capital e trabalho e uma nova relação de direitos para o povo trabalhador brasileiro porque merecemos ser tratados com respeito e justiça”, concluiu Lula.
Fonte: https://smabc.org.br/
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